Um Conto de quase amor

Acordou no sábado de manha, com a ressaca da sexta em que tinha passado a noite com ele, dores no estomago (devido a bebida),dores no coração (devido a ele!?)Levantou da cama,os olhos revirados e borrados de maquiagem,entrou no chuveiro,fechou os olhos e reviveu os momentos( os que conseguia se lembrar) com tanta emoção que pensou ter ouvido a respiração dele nos seus ouvidos de novo,abriu os olhos só pra conferir
Sabia que tudo aquilo havia sido errado,e estranhamente bom,afinal,ela sempre fora muito controlada,sempre que gostava de alguém conseguia se declarar porem,jamais caia em tentação,com ele era ao contrario,e ela sentia raiva de si mesma por ter sido tão fraca,por ter aceitado o convite,por ter bebido um pouco demais por ter aceitado o abraço, contribuído com o beijo,ah o beijo,se sentiu frágil e de fato era,ou não? sabia que ele não ia ligar no dia seguinte,ele nunca liga,e pela primeira vez,não ficou chateada ou esperando,em seus próprios pensamentos fixou a ideia de que estava se acostumando com essa falta de rotina e responsabilidade,de compromisso,e principalmente,estava ficando acostumada a sofrer,e isso não é bom.Devo dizer,ela sofria,ainda sofre,todos os dias,todas as noites,a cada dois minutos se lembra dele, e se não lembra,vê algo que a faça voltar ao passado,e querer continuar a escrever mesmo sabendo que não há mais linhas e que a historia já chegou ao fim,mesmo sem querer se contenta com a metade,com o meio amor,se é que se chama isso de amor. 
Toda vez é a mesma coisa,uma ligação,algumas doses da bebida mais forte,um abraço,alguns beijos, o cochilo no trem,os pensamentos perdidos e perplexos no ônibus,e é claro o arrependimento seguido de culpa embaixo do chuveiro, quatro encontros,dois anos,o mesmo roteiro em todas as vezes.Mas dessa vez digamos que tenha sido um pouco diferente,bem pouco mesmo,mas ao chegar lá ela já sabia qual seria o fim e por algum motivo misterioso (ou não) ela não se esforçou nem um pouco para evitar,era mais forte do que ela,atração fatal ou quase mas o fato é que ela saiu do chuveiro,apesar da saudade,da raiva, se sentiu "livre" diferente de todas as vezes,e lembrou que fez questão de beija-lo no meio da estação de trem,o que pensando agora,foi extremamente clichê,e ridículo,mas ela o fez,em um ato totalmente calculado, para que a quase historia deles se encaixasse naquela musica que diz " nossos beijos de adeus na estação de trem..." de uma forma ou de outra, consciente ou inconscientemente,ela queria que tudo tivesse um fim,mesmo com medo,com saudade,e com um possível arrependimento,ela sabia que era o melhor a se fazer na verdade não sabia mas quis mesmo assim, afinal o que faz sentido em tudo isso até agora ?Ela tenta não pensar,e até que estava indo bem,até tocar uma musica no rádio(conspiração!?)e a fez lembrar,mas com carinho com saudade, e num apelo desesperado torcendo para que seu celular tocasse e fosse ele.O Celular não tocou.
Então ela viu e percebeu que talvez,pelo menos por enquanto, estivesse presa a isso tudo.Então ela está aqui lendo livros compulsivamente numa tentativa desesperada de que possa viver alguma coisa real e com um fim descente,mesmo seja só na imaginação,
escrevendo textos,que você nunca vai ler,e respondendo a uma pergunta feita a muito tempo e que não havia resposta,a inspiração é você.











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